"Um casal, uma aliança
Um matrimônio na cidade
Deram a luz a uma criança
No olhar enfermidade
A mãe bela e sabida
Aprendera a escrever
O pai rude e iletrado
A tinha medo de perder
O vizinho a cortejava
Ela então esbravejava
Que amava seu marido
E por ele não trocava
Mas o moço insistia
A falar de sua beleza
E uma carta ela escreveu
O afastando com brabeza
O esposo indo pra casa
Vendo aquela arrumação
A esposa com o vizinho
Uma carta – é traição!
O coração despedaçado
De um homem arretado
Só se junta novamente
Com a honra do facão
De sangue todo banhado
E forte cheiro de cova
Se entregou ao delegado
Com a carta como prova
O delegado leu a carta
Ao marido explicou
E o mesmo arrependido
Com sua arma se matou
Sua ira se fez crime
Se comenta no sertão
Um amor tão bonito
Deixou órfão um João".
"Se você for ligar pra gente doida que fica atrás da gente durante a
vida você endoidece também, porque de João e de doido o mundo tá cheio".
"Nunca entendi o que São Sebastião, Padim Ciço e São Damião queriam dar
pra esta terra. Eles falavam de um céu tão alto, tão distante... Fui criado
sacristão, em casa de padre Chico, homem sábio, de coragem, que me ensinou a
rezar e letrou. Pois se ao crescer não desse pra padre, ainda podia ser doutor.
Mas nem doutor, nem padre quis ser. Decidi muito garoto que minha vida era
andar, por este sertão, pra encontrar a cura pra terra, que tanta gente pisa e
não conhece: A chuva. Por que padre e doutor só cura as doença do corpo e da
alma de gente. As doença do chão ninguém sabe tratar. Tá pra nascer cabra que
isso possa fazer".
"Essa imagem é Nossa Senhora de Aparecida. Porque os peitinho
dela são pequeno como os de Emerentina lá do Sergipe, a cinturinha dela é fina
como a de Deusuína lá de Porto de Galinhas e os quadris dela é largo como os de
Suzanete Eleutéria lá de Natal".
"Minhas deficiência é só nos olhos, as outras partes funcionam que é uma beleza".
"Se tu acha que eu sô tonto/
tu foi muito mais otário
Tu no céu era bonito/ agora é feio pra cara..."
"Agora quem te
fala/ é o sol que queima o chão
Sou o touro indomável /e tu num mete medo não"
Saudades e agradeço as mentes tão brilhantes que contribuíram pra criar um personagem tão maravilhoso neste espetáculo.
Meu querido, inclua-se na lista das mentes brilhantes o seu nome também, pois foi você quem terminou a construção do Jupiara e o recheou de tanta personalidade e riqueza de detalhes, tornando-o um dos grandes atrativos do espetáculo. Para mim, "3joãodiabo1: um último conto de cordel" ainda não acabou. Apenas estamos nos preparando para voltar com tudo e aparando as arestas. Obrigado, meu amigo pelas palavras de saudade que são também recíprocas. Levaremos esse trabalho conjunto adiante. Pode crer nisso!
ResponderExcluir